domingo, 7 de dezembro de 2014

Foi sem querer querendo...

             Por tanto se falar na morte de Roberto Bolaños nos últimos dias tive a percepção que seu personagem, o Chaves, é muito similar a um antigo filósofo clássico: Diógenes. Diógenes foi um pensador bastante singular devido a seu modo de vida e suas ideias extremamente liberais. Ele impressionou a todos e deixava sempre a impressão de ser um louco, essa fama se deve principalmente por ele ter se tornado um mendigo que habitava as ruas de Atenas, fazendo da pobreza extrema uma virtude; diz-se que teria vivido num grande barril, no lugar de uma casa, ele buscava assim a felicidade na autossuficiência e em uma vida simples, natural que não dependesse de modo algum das luxúrias da civilização. Seu lema era: “Não quero ter nada para não ser propriedade de nada.”.
            O que mais me impressiona é que além do modo de vida do Chaves ser bastante similar ao de Diógenes, Chaves assim como Diógenes era feliz com essa maneira de viver, se fizermos uma análise de cada um dos personagens vemos que todos têm seus problemas, neuras e impedimentos, já o Chaves nunca é impedido por nada, ele sempre está desocupado, sempre pode dizer o que quer, nunca tem nada a perder e por isso é tão livre. Então porque não dizer que Chaves era mais um seguidor de Diógenes? É bem razoável dizer que Chaves fazia parte da escola cinista. A palavra cinismo que designa a escola do qual Diógenes participava é baseada no termo grego “kynon" que em grego significa cão. Assim como Diógenes Chaves vivia como um cão, Chaves nunca era falso, sempre reagia com honestidade frente a verdade. Daí deriva o “foi sem querer, querendo...”.

            Assim como Diógenes achava que temos muito a aprender com os cães, acho que nós temos muito que aprender com Chaves: honestidade, simplicidade, transparência são só alguns dos valores que podemos aprender com ele. Desse ponto de vista pode ser bem útil assistir SBT... (mas só desse)


Um comentário: