domingo, 22 de fevereiro de 2015

CONSTRUA PONTES


Muitas vezes na vida é necessário que construamos pontes, e essas pontes na maioria das vezes nos levam para outras pessoas, outras situações, novos empregos, novas cidades, ou seja, o lado de “lá”... O grande problema é que o lado de “cá” fica exatamente na nossa zona de conforto, no lugar que queremos ficar. Muitas vezes até desejamos estar em outro lugar, com outra pessoa, com outra vida, mas quase nunca estamos animados a nos mover e começar a construir essa ponte...
Meu tio-avô Josias sempre me diz: “nada nessa vida é fácil”, construir uma ponte também pode ser difícil, pode ser que não dê certo, pode ser que do lado de lá não seja bem o que esperamos, mas, só o ato de começar a construção já vale por si só. Na música “Novos horizontes” do grupo Engenheiros do Hawaii o eu-lírico se vê numa situação em que não gostaria de estar, pois ele não tem mais controle de sua vida apenas está em “queda livre”, e então toma uma atitude em relação à situação, resolve que não quer mais ficar assim, e então enfatiza seu desejo: “Quero explodir as grades/ E voar/ Não tenho pra onde ir/ Mas não quero ficar”. Como agente motivador usa a frase tema desse texto: “Quem constrói a ponte/Não conhece o lado de lá”
Quantas vezes na vida o que nos falta é apenas aquele agente motivador, aquela coragem pra sair da zona de conforto. E por incrível que pareça muitas vezes construir uma ponte pode ser bem menos trabalhoso do que parece. E por mais que dúvidas sobre até onde se vale ir atrás de algo que nem mesmo temos certeza do resultado, mantenha-se fiel a suas inclinações. Lembre-se da frase: “Quem constrói a ponte não conhece o lado de lá” e que o que te mova seja a vontade de conhecer o lado de lá.
Que esse texto seja para você o mesmo que essa frase foi pra mim: o agente motivador, o estopim para se mover em direção àquilo que almeja!


Música citada:



domingo, 15 de fevereiro de 2015

O racionalismo e suas limitações

                 O que há de mais belo que o racionalismo?- O racionalismo sempre me pareceu uma boa forma de interpretar a realidade e acontecimentos que conhecemos, aliás, é ótimo livrar-se de muletas metafísicas e miragens que constantemente nos atrapalham o raciocínio. Entretanto me parece também que o racionalismo exagerado é também uma forma de fuga da realidade, levando em consideração que o meio em que nos encontramos é uma clara miscigenação entre acontecimentos e interpretações dos mesmos, sendo essas interpretações algo muito próximo à mística, principalmente pela clara subjetividade e particularidade de interpretação do mesmo acontecimento por dois diferentes expectadores.            
                 Não sendo possível desvencilhar os sentidos, de experiências já vividas pelo expectador, vemos como a interpretação da realidade se torna cada vez mais fugaz. Surgem constantemente dúvidas como: “Se dois sujeitos tivessem o mesmo passado, captariam o mundo da mesma forma?” ou “De que maneira a fisiologia (genética, predisposições, etc.) interfere na interpretação do universo?”. Tudo isto me deixa com a impressão de que existe sim uma mística, uma magia agindo em nosso meio: a mística dos sentidos, que se converge em pontos fundamentais com a “realidade lá fora”. Estamos, portanto, presos ao nosso modo comparativo de observar o mundo. Estamos presos a nós mesmos!            
               Olhando de certo ângulo o racionalismo é uma forma de tentar incessantemente livrar-se de si mesmo. Algo por si só indiscutivelmente prejudicial e utópico, um simples exemplo é o pai do racionalismo que por meio do modo racional de ver o mundo chegou à conclusão de que uma das ideias que é considerada por muitos algo improvável e até mesmo impossível é real: Deus. Digo isso, pois segundo a máxima racional de só crer no que é provável, “tangível” por assim dizer é uma grande contradição tomar como real algo totalmente improvável e intangível. Não seria, portanto, errado dizer que (nesse ponto) Descartes foi um místico fantasiado de racionalista, seria também bastante plausível dizer que Descartes sofreu um boicote de seu próprio pensamento. Aconteceu isso exatamente no momento em que tentava escapar de si. Vemos como é praticamente impossível ver o mundo fora de si, ver o mundo sem quem eu sou e tudo o que isso implica... Contento-me com a máxima nietzschiana: “A ciência não consegue explicar o mundo, ela consegue apenas descrevê-lo.”.