domingo, 27 de julho de 2014

O RIO

Algum tempo atrás escutei uma música muito interessante vou deixar o link para quem tiver o interesse:

                Essa simpática música me fez pensar um pouco. Ela fala sobre o amor, a paixão, mas de um jeito diferente, pois ela fala exatamente do outro lado, aquele que preferimos ignorar, o lado do fim, do inexistente, quando tudo que era tão real deixa de existir. Quando aquela paixão acaba, o carinho do qual já estávamos até acostumados evapora. Enfim, quando o que era tão tangível se transforma em uma embaçada lembrança. E penso que talvez nós devêssemos encarar o mundo da forma que essa música encara, levando em consideração que esse momento que é tão real agora, daqui a alguns instantes será apenas lembrança. Não temos nada em que nos segurar, estamos em um rio sem margem que com sua forte correnteza nos leva para frente. O que fazer a respeito? Não há nada a ser feito, simplesmente deixar esse rio que é o tempo nos levar para a cachoeira que inevitavelmente um dia iremos cair, cachoeira essa que apelidamos de morte.
                Entretanto chego a pensar que talvez a maior perda não seja a da vida e sim dos momentos, que com o tempo vão se embaçando cada vez mais e morrendo aos poucos de nossa memória. Pois a vida acaba de uma vez, e com ela acabam-se as paixões e as memórias, já os momentos se estendem, se arrastam, e faz com que nos voltemos ao passado todo o momento, para rever coisas boas ou ruins. Isso faz com que tiremos o foco do agora, e deixemos o rio nos levar com cada vez mais força. Não sei por que, mas considero isso um grande desperdício de tempo, por favor, não ache que digo para esquecer tudo e só se preocupar com o agora, pois o que digo é para colocar todas as memórias atrasadoras de vida em uma caixa, e só abram essa caixa quando a vida já estiver se esgotado, e não houver nada mais para ser vivido. Essas memórias ajudarão a passar os momentos difíceis, então só use-as na presença de tais momentos.
                Viu como foi, agora já passou, o texto já esta acabando, o que leu a pouco tempo já  é uma lembrança, enfim, a mensagem é: liberte-se das amarras do passado e viva o agora, aproveite o banho nesse rio, sinta o sol, nade intensamente, aliás isso também será uma lembrança, e quem quer uma má lembrança?

domingo, 20 de julho de 2014

Mudanças



  “Eterno como a rocha,
 Volúvel como as ondas.
(Mas as ondas
  Acabam com a rocha).”                             
José Ângelo Gaiarsa

                A partir do momento que cria-se a consciência que o mundo é tão inconstante, metamorfoseado, mutável, após todas as eventuais mudanças de perspectiva e “percas de chão” começa a nascer o desapego, ceticismo, visão cada vez mais atenta e desconfiada, o que soa para mim como a tão venerada maturidade. Parece algo tão natural como o passar do tempo, mas a verdade é que a maturidade custa muita dor, dor com a qual eu particularmente não me acostumo...
                Mas o mundo com todas suas mudanças chega a nos deixar louco, e se a cada momento que abrirmos os olhos  vermos tudo tão diferente, inclusive nós mesmos, durante este instante, viveremos em pasmo e em perplexidade sem fim. Por fim algo precisa     parecer-nos estável: escolhemos as palavras. Como essas que humildemente deixo para vocês nesta noite de domingo, elas aqui continuarão para manter a ilusão de que as coisas são permanentes, além do mais a ideia de eterna mudança nos assusta muito. Nosso prêmio é a ficção de segurança!

                A este ponto chego a pensar que talvez a verdadeira maturidade seja se acostumar com a eterna mudança dos fatos, viver o momento e não pensar, contabilizar, controlar, não tentar decifrar tão bem esse caleidoscópio que se transforma a cada instante chamado realidade.

domingo, 13 de julho de 2014

O que é isso? O.o

     Nessa primeira postagem gostaria de falar um pouco da ideia desse um pouco mais que obsoleto blog... Na típica vida social que levamos a pressa é uma das grandes companheiras as vezes um pouco indesejada (ou não) sobretudo quando queríamos a oportunidade de observar mais, pensar mais, viver mais aquilo ou aquele momento mas aí de repente, do modo mais apressado e grosso que pode existir o tempo nos dá um grande empurrão para frente, para o futuro, para o amanhã. Quando volto a assim dita consciência da "não-pressa" tudo já passou, nada mais é real, chego até a pensar que até mesmo o amanhã já passou, aí me lembro que sou humano e o AMANHÃ sempre continuará la na frente, nunca prometeremos algo para o agora, nunca seremos (ou queremos ser) nobres o bastante para agir despretensiosamente no presente. Enquanto desfrutava de um desses momentos da consciência "não pressa" com o piloto automático desligado me encontrava dentro de um ônibus, naquele momento pensei sobre o que havia acontecido, havia de acontecer, e até mesmo no que estava acontecendo e me coloquei a rascunhar um "garrancho" sobre uma nascente, jovial, libertina e inocente filosofia que eu sentia estar por vir. E veio, escrevi  sobre o tempo, as pessoas, música, algumas pessoas que gosto, livros, enfim, minha ótica do mundo, surgiu em um estalo a ideia de compartilhar isso tudo em um só lugar, reunir tudo em um só lugar e quem sabe também saber de suas "filosofias", assim surge o Filosofia de Busão postando sempre que o domingo vira segunda (assim espero)!