“Eterno como a rocha,
Volúvel como as ondas.
(Mas as ondas
Acabam com a rocha).”
José Ângelo Gaiarsa
A
partir do momento que cria-se a consciência que o mundo é tão inconstante,
metamorfoseado, mutável, após todas as eventuais mudanças de perspectiva e “percas
de chão” começa a nascer o desapego, ceticismo, visão cada vez mais atenta e
desconfiada, o que soa para mim como a tão venerada maturidade. Parece algo tão
natural como o passar do tempo, mas a verdade é que a maturidade custa muita
dor, dor com a qual eu particularmente não me acostumo...
Mas o
mundo com todas suas mudanças chega a nos deixar louco, e se a cada momento que
abrirmos os olhos vermos tudo tão
diferente, inclusive nós mesmos, durante este instante, viveremos em pasmo e em
perplexidade sem fim. Por fim algo precisa parecer-nos estável: escolhemos as
palavras. Como essas que humildemente deixo para vocês nesta noite de domingo,
elas aqui continuarão para manter a ilusão de que as coisas são permanentes,
além do mais a ideia de eterna mudança nos assusta muito. Nosso prêmio é a
ficção de segurança!
A este
ponto chego a pensar que talvez a verdadeira maturidade seja se acostumar com a
eterna mudança dos fatos, viver o momento e não pensar, contabilizar,
controlar, não tentar decifrar tão bem esse caleidoscópio que se transforma a
cada instante chamado realidade.
Me identifico com suas palavras. As vezes tenho medo dessa constante mutação.
ResponderExcluirSim, isso assusta, entretanto a natureza é transitiva, cabe a nós sermos acostumados com a velocidade...
ExcluirPois é a natureza e transitiva mas essa constate metamorfose que nós ataca realmente me incomoda ao ponto de me iludir pois tudo nesta vida é ilusão tudo ilusão .... mas o que e a ilusão é uma confusão dos sentidos que provoca uma distorção da percepção ela vem do latin illudo, divertir-se, recrear-se, mas também burlar, enganar
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